Agroecologia, soberania alimentar e memória da floresta marcam assinatura do Projeto Sementes no Espaço Chico Mendes
A tarde desta quinta-feira no Espaço Chico Mendes, no Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi, foi dedicada a um tema que atravessa o futuro do país: a transição justa dos sistemas alimentares. Em um encontro marcado por forte presença de movimentos sociais e organizações da agricultura familiar, foi assinada a primeira etapa do Projeto Sementes, que integra a Missão Josué de Castro.
A iniciativa pretende mobilizar mais de 1 milhão de famílias em todo o Brasil, conectando campo e cidade em torno de práticas agroecológicas e de segurança alimentar inspiradas pelo legado do médico e geógrafo pernambucano que denunciou a fome como produto das escolhas políticas.
A solenidade reuniu representantes do Movimento de Pequenos Agricultores, da Contag e da Articulação do Semiárido Brasileiro, além de autoridades do Governo Federal. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Pedro Teixeira, destacou a simbologia de assinar o convênio no espaço dedicado a Chico Mendes, lembrando seu primeiro encontro com o líder seringueiro em Rio Branco. Ele afirmou que:
“Inspirados por Chico Mendes, nós estamos restaurando a floresta daquilo que foi desmatado, restaurando as florestas aliados aos povos das florestas com espécies que deem resultado econômico para os povos das florestas”, reforçando que a política agrária do país precisa caminhar ao lado da preservação e da defesa territorial.
Ao falar sobre o projeto desenvolvido em parceria com a Fundação Banco do Brasil, o ministro ressaltou que iniciativas de restauração florestal e fortalecimento de cooperativas são parte de uma estratégia maior de valorização dos povos da floresta, de seus modos de vida e de seus conhecimentos. Para ele, essa direção expressa uma escolha política:
“Dizer que o governo presidente Lula e o Estado brasileiro estão do lado daqueles que estão no território, lutando por ele, preservando a natureza e que não podem ser retirados desses territórios”.
O encontro afirmou a agroecologia como caminho central para enfrentar a crise climática e garantir a soberania alimentar, alinhando ciência, movimentos populares e gestão pública. No coração do Espaço Chico Mendes, a Missão Josué de Castro ganhou forma como pacto vivo entre floresta, alimento e dignidade — um compromisso que busca reconstruir o país a partir das mãos que plantam, cuidam e resistem.
Confira a galeria de fotos da assinatura da primeira etapa do Projeto Sementes, que integra a Missão Josué de Castro por Alexandre Noronha:
